INTRODUÇÃO A moradia rural Mesmo considerando a importância do engenho monocultor nordestino, empresa estabelecida desde a segunda metade do século XVI, é necessário registrar que outras formas de ocupação rural se distribuiram geograficamente pela Colônia, em função das atividades econômicas diversificadas. Ainda que contassem com alguns padrões semelhantes, condições específicas, geográficas ou econômicas, produziram modificações singulares nos partidos, implantações ou mesmo na quantidade de componentes necessários para o desenvolvimento da produção. O foco deste trabalho é realizar uma análise do engenho (implantação, construções das Casas grandes, capela, senzala, plantas e suas características) ligados a um determinado tipo de desenvolvimento político e econômico da época. Segue uma análise do Engenho nordestino do século XVII. O ENGENHO MONOCULTOR CANAVIEIRO “A casa-de-habitação chamada pelos pretos casa-grande, vasto e custoso edifício, estava assentada no cimo de formosa colina, donde se descortinava um soberbo horizonte”. No universo rural, o ato de morar estava deritamente associado ao trabalho e à produção. Assim o conjunto era composto pelo maior programa residencial da Colônia, construído por um complexo de diversos edifícios, entre os quais três se destacavam pela função ou pela importância econômica: casa-grande, senzala e engenho. A IMPLANTAÇÃO Os primeiros colonizadores não relutaram quando escolheram as margens dos rios que banhavam os vales férteis da Zona da Mata do Nordeste, do recâncavo baiano ou daqueles que desaguavam na Baía de Guanabara, para a implantação dos engenhos de açúcar. A primeira razão desta opção deveu-se à garantia do transporte fluvial da produção açucareira para os núcleos mais próximos, onde o produto era embarcado para a Europa. Outro fator decisivo para esta escolha foi a utilização da força hidráulica, proporcianada pelos cursos de água para girar as moendas, substituindo a força motriz dos braços escravos ou de animais