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PUBLICAÇÕES CPRH / MMA - PNMA II 1ª EDIÇÃO
1.6 O QUADRO SÓCIO-ECONÔMICO:
EVOLUÇÃO RECENTE E SITUAÇÃO ATUAL DA ÁREA
Apresentando condições de clima e solo particularmente favoráveis à exploração agrícola, o Litoral Sul de
Pernambuco tem o início de sua ocupação na segunda metade do século XVI, quando a cultura da cana-de-açúcar se restringia às várzeas e terras baixas do Litoral e Zona da Mata.
Bem mais monocultor que o setor canavieiro norte, o setor meridional canavieiro do Estado assim permanece até os anos cinqüenta deste século, quando chegam à área, embora de forma bastante localizada, os primeiros incentivos à diversificação econômica, com a criação, em 1960, do Distrito Industrial do Cabo e a tentativa de implantação de um projeto de colonização nesse município.
Com esse objetivo, o Governo do Estado, através do Decreto no. 532 de 29.09.1960, desapropriou a Usina José
Rufino e seus treze engenhos, num total de cerca de 5 000 hectares, destinando 1 600 hectares (32%) da área desapropriada ao Distrito Industrial e à expansão residencial da cidade do Cabo, reservando para esta última finalidade uma gleba à margem da BR-101 Sul. O restante da área, cerca de 3 400 hectares, foi cedido à Companhia de Revenda e Colonização (CRC), criada em 1955, para parcelamento e venda a pequenos agricultores, na tentativa de estimular a diversificação agrícola (ANDRADE & LINS, 1984).
A tendência de parcelamento da terra ao longo da BR-101 Sul, prossegue com o loteamento dos engenhos Pavão,
Castelo e Sebastopol para implantação de granjas e chácaras de lazer, restringindo-se essa tendência, na década de sessenta, ao entorno da cidade do Cabo de Santo Agostinho, sem extensão, portanto, à zona rural dos municípios da área, onde a cana-de-açúcar continua a monopolizar os recursos naturais e econômicos.
Para isso, contribui, de forma decisiva, a política de preços mínimos do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), em vigor desde a década de quarenta, na