Guerra
Justificativa
Nenhum motivo explica a guerra
Ensino Médio 1
A Prática de leitura aqui proposta busca fazer convergir em uma sequência de atividades coletivas dois eixos de trabalho: a temática da violência e das possibilidades de resolução de conflitos no cotidiano e o trabalho com diferentes manifestações artísticas (que envolvem diferentes linguagens e a multimodalidade) como foco de análise e reflexão sobre a questão.
No que se refere à questão da violência, há que se destacar a amplitude deste debate e, portanto, a necessidade de fazermos desde já um recorte acerca das situações a serem focalizadas nesta Prática de leitura. Para tanto, recorreremos de forma bastante breve a uma perspectiva de compreensão da violência enquanto fenômeno social e histórico, portanto produto e produtor das relações sociais 2 .
Dessa forma, compreender e definir o que são atos violentos requer olhar, além da resultante do ato em si, para o contexto em que ocorre e para o percurso histórico que levou à compreensão daquela violência enquanto tal. Por exemplo, o trabalho infantil, na época da Revolução Industrial, não era considerado situação de violência contra a criança tal como nos dias de hoje.
De forma geral, se tomarmos basicamente o senso comum como parâmetro, teremos uma ideia de que é violenta a situação em que há agressão física do outro, com intenção de causar dor ou sofrimento.
Mas, e se não há agressão física? Se a ação intencional de um, causa dor e sofrimento mental ao outro?
São situações de agressões verbais, humilhações, zombarias, discriminações, dentre outras, que, não incorrem necessariamente em agressões ao corpo, mas que constituem microviolências e ações discriminatórias (Abramovay, Cunha e Calaf, 2009).
São para essas situações cotidianas que