José Lins do Rego Cavalcanti
José Lins do Rego Cavalcanti nasceu no dia 03 de Junho de 1901, na cidade de Pilar na Paraíba. Veio de uma família de antigos “Senhores de Engenho”, e passou toda a sua infância em meio à realidade dos engenhos de cana-de-açúcar. Este contato que teve com a realidade do Nordeste lhe autorizou a escrever sobre esta realidade, muitas das vezes relatando suas próprias experiências.
Foi escritor e jornalista e fez parte da segunda geração do modernismo brasileiro. Figura como um dos mais importantes romancistas do regionalismo modernista, ao lado de Graciliano Ramos e Érico Veríssimo.
Estreia como romancista em 1932, com a obra “Menino de Engenho”, romance que foi elogiado pelos críticos da época. Depois seguiu o que chamou de “Ciclo da Cana-de-Açúcar” com os romances seguintes: “Doidinho”, “Banguê”, “O Moleque Ricardo” e “Usina”, publicados nesta ordem, um a cada ano, até o ano de 1936.
Sua obra se caracteriza pela denúncia sócio-política, pela sua sensibilidade e autenticidade em falar de modo realista dos fatos da vida, pela forma como retratava a vida, os costumes e até a oralidade do povo nordestino que vivia nos engenhos de cana-de-açúcar. O conjunto de sua obra representa o declínio do Nordeste canavieiro, o qual é descrito por ele como por nenhum outro.
Foi um intelectual ativo e manteve contato com muitos outros artistas da época. Durante o tempo em que estudou direito tornou-se amigo de José Américo de Almeida, e algum tempo depois, já em Maceió, manteve contato com Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda e Jorge de Lima. No Rio de Janeiro, em 1935, atuou como jornalista escrevendo para os “Diarios Associados” e para “O Globo”.
Alguns críticos atribuem a José Lins do Rego a invenção do novo romance modernista brasileiro, devido ao uso que fez do “ritmo oral” nas suas narrativas. Esta liberdade não era encontrada nos movimentos literários anteriores, porém para o modernismo caia como uma luva, já que