Embate Cândido versus Campos
INSTITUTO DE LETRA E COMUNICAÇÃO
FACULDADE DE LETRAS
Elaine Valéria Kallice
FORMAÇÃO DE LITERATURA BRASILEIRA
Professor: Thiago Barbosa
BELÉM
2014
O embate na Formação da Literatura Brasileira
Desde tempos idos o choque entre culturas e ideias é frequente nas diversas áreas do conhecimento do indivíduo e a formação da literatura brasileira não poderia ficar de fora. Como se verifica nas classificações antagônicas de Antonio Candido, em sua Formação da Literatura Brasileira e Haroldo de Campos, com a obra O Sequestro do Barroco na Formação da Literatura Brasileira: o caso Gregório de Mattos, embate que perdura até hoje.
Para Antonio Candido, embalado pelo espírito de Independência, a literatura só começa a partir da segunda metade do século XVIII, com os árcades – “o início da nossa verdadeira literatura” (CANDIDO, 2009, p. 27) – e se estende até o século XIX com o romantismo indianista de Gonçalves Dias dentre outros. Para ele, os escritores desse período é que de fato expressaram a cultura, história e sociedade brasileira, ou seja, ele defende uma literatura nacionalista, capaz de caminhar sozinha, independente do molde europeu. Como se averigua na seguinte passagem adiante: “Os escritores neoclássicos são quase todos animados do desejo de construir uma literatura como prova de que os brasileiros eram tão capazes quanto os europeus” (CANDIDO, 2009, p. 28). Além de pontuar a literatura como contínua, uma “espécie de transmissão da tocha entre corredores, que assegura no tempo o movimento conjunto, definindo os lineamentos de um todo.” (CANDIDO, 2009, p. 25). Isto é, advoga também que a literatura é tradição enquanto perpetua seus valores através do indivíduo e sem tradição não há literatura já que esta é um fator fundamental para a formação deste, portanto, a civilização inexiste, mas sim um mundo obscuro e imaturo, mera cópia do modelo europeu. Isto por considerar a tríade