Historia da arte
12.05.2013
Nascido na década de 70, o movimento hip hop ainda sobrevive no coração jovem das periferias
Vamos começar com um pouco de conceito: o movimento hip hop nasce entre o final da década de 1960 e o início dos anos 1970, em resposta às transformações sociais, culturais e políticas que vivia a periferia dos Estados Unidos.
Acima, a roda de break do Dragão do Mar, que reúne b-boys e b-girls há dez anos. Abaixo, o educador e rapper Fofo, do MH2O, faz campanha contra o crack dentro do Centro Educacional Aldaci Bezerra, somente para mulheres. Fotos: Fabiane de Paula e JL Rosa.
O hip hop está dividido em, pelo menos, três elementos: a música, as artes visuais e a dança. A música é o rap, nascido na Jamaica, um som cadenciado, em geral, composto de relatos autobiográficos do rapper ou da vida de sua comunidade. No elemento musical também se incluem os DJs, que comandam as pic-ups e garantem a base para as rimas.
As artes visuais são o grafite, pinturas ou inscrições feitas com spray e tinta sobre paredes. E a dança é o break, ou de forma mais geral, a dança de rua, já que, além do breakdancing, há também o popping, o locking e o street dancing, todos com movimentos fortes e angulosos, às vezes coreografados. Atualmente, as crews (grupos de break) vêm recorrendo a manobras da ginástica artística e da capoeira para renovar os movimentos básicos, gestados há mais de 40 anos.
Historicamente, contudo, apesar da plasticidade, o break nunca foi apenas uma demonstração de habilidade, mas uma dança de protesto. Diz-se que, por exemplo, o passo "moinhos de vento", em que se gira as pernas no ar, em círculo, era uma alusão aos helicópteros da guerra do Vietnã.
Cena local
Em Fortaleza, o hip hop chega por volta da década de 1990, junto com a criação do MH2O (Movimento Hip Hop Organizado), em 1989. "Diferente de outros grupos, que saíram do eixo Rio e São Paulo até chegar ao nordeste, o MH2O surge aqui, no Conjunto Ceará, e daqui