Educação e Relação Racial
Contudo, para falar-se deste determinado tema é necessário desconstruir estereótipos, questionar conceitos existentes que foram forjados por uma visão eurocêntrica edificada ao longo de tantos anos. O processo que leva a reformulação do pensar humano quanto ao continente africano é repleto de objeções, um caminho contra verdades incontestáveis e inquestionáveis. O continente africano tornou-se alvo de preconceitos que até hoje marcam a compreensão de sua realidade. É possível identificar esta estranheza no olhar europeu, que acabou sendo disseminado ao longo dos séculos, a partir de um simples acontecimento histórico como as Grandes Navegações. Os temores sobre o Mar Oceano e as regiões abaixo da linha do Equador alimentaram um conceito errôneo dos europeus sobre os africanos. Terras inabitáveis, monstros terríveis, atitudes demoníacas ou seres humanos deformados tornaram-se fatores fundamentais nas descrições de viajantes sobre estas terras.
Ao decorrer do tempo o preconceito apenas foi se alternando visto à proximidade entre ambos os povos. A exiguidade da fé cristã dando lugar aos “cultos pagãos” e Estados tão organizados quanto os seus não modificaram em nada a avaliação europeia. O imaginário europeu