Educação e pós modernidade
Alfredo Veiga-Neto
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O título talvez seja pretencioso demais. Como, num espaço tão pequeno, articular uma discussão rigorosa e minimamente útil sobre questões tão intrincadas, atuais e polêmicas? Como não perder de vista a clareza e, ao mesmo tampo, ser fiel aos principais autores que vêm se ocupando com a descrição e a problematização da Contemporaneidade?
Diante de tantas dificuldades, não me resta outra alternativa senão fazer deste texto um pequeno mapa —talvez panorâmico demais...— sobre as questões que julgo mais importantes e perturbadoras nesse campo de discursos, representações e (in)certezas que se costuma chamar de crise da
Modernidade,
em
suas
relações
com
as
práticas
e
as
teorizações
educacionais.
Assim, o que segue pode ser lido como um quase-inventário esquemático e como um conjunto de provocações.
Com esse quase-inventário esquemático, quero pontuar não apenas alguns aspectos daquela (assim chamada) crise, mas também mostrar alguns modos de ver e compreender o que se passa no mundo de hoje e o que, desse mundo de hoje, nos passa, ou seja, nos atravessa e nos interpela.
Dado o descompasso entre o tamanho da empreitada e o caráter panorâmico deste texto, resolvi dividi-lo em duas partes. Nesta Introdução, estabeleço as bases epistemológicas e conceituais sobre as quais desenhei meu mapa de impasses e
perspectivas;
metodológico. Na
segunda
esta
parte
tem
um
caráter
parte, sou mais sucinto
e
claramente esquemático: simplesmente sumario as questões que levantei e discuti por ocasião da Aula
Inaugural que proferi no Programa de Pós-Graduação em Educação da
Resumo da Aula Inaugural no Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PPG-Educação/PUC-Rio), em março de 2005.
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Alfredo Veiga-Neto é Mestre em Genética, Doutor em Educação, Professor do