Modernidade, Pós-modernidade e Educação: Como começar segunda-feira de manhã?
Como começar segunda-feira de manhã?
Sérgio Augusto Freire de Souza
Professor do Departamento de Línguas e Literaturas
Estrangeiras da Universidade Federal do Amazonas,
Mestre em Letras pela UFAm e Doutor em Lingüística pela
Universidade Estadual de Campinas –UNICAMP.
“A educação é movimento e ordem, sistema e contestação. O saber que existe solto e a tentativa escolar de prendê-lo num tempo e num lugar. A necessidade de preservar na consciência dos
“imaturos” o que os “mais velhos” consagraram e, ao mesmo tempo, o direito de sacudir e questionar tudo o que está consagrado, em nome do que vem pelo caminho”.
Carlos Rodrigues Brandão
1 À GUISA DE INTRODUÇÃO
O educador americano Ira Shor em um diálogo com Paulo Freire inicia uma das seções das conversações perguntando a Freire, depois de toda uma discussão teórico-filosófica acerca de educação, como começar segunda-feira de manhã (FREIRE & SHOR, 1987, p. 203). Essa é uma pergunta que se atualiza todos os dias das mais diversas formas e nos mais diversos ambientes educacionais. O que fazer para ter
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uma escola que queremos?
Para tentar problematizar essa pergunta – respondê-la é tarefa por demais ambiciosa – é preciso descer a seu subsolo e perguntar que escola é essa a que nos referimos. Uma pergunta complexa, sem dúvida, e que pode ser abordada a partir de concepções epistemológicas diversas.
Este trabalho busca apresentar duas concepções que sustentam o entender social e filosófico de formas distintas, mas que s~o “coabitantes”, segundo Coracini (2001): a perspectiva da modernidade e a
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perspectiva da pós-modernidade.
Primeiramente tentaremos apresentar em que se distinguem e se imbricam e, igualmente por causa dessa distinção e imbricação, como essas perspectivas se constituem do ponto de vista epistemológico. Em seguida, abordaremos a educação e como esse lugar se (re)significa com diferentes efeitos e práticas dependendo da perspectiva