Educação popular e identidade
Fernando Antonio Abath Luna Cardoso Cananéa1 As palavras são noivas que esperam; haveremos de erguer a justiça tão alto quanto às palmeiras. (JOSÉ MARTÍ,1881)
RESUMO
Este artigo realiza uma reflexão, ainda que preliminar, sobre a educação popular e a construção de identidade. Analisa, também, as possibilidades de intervenção nos problemas sociais e culturais em busca da formulação de novas práticas educativas, para além dos saberes meramente científicos. Trata-se de buscar identificar os enfrentamentos teórico-práticos que se estimam mais desafiadores à efetivação de mudanças sociais alternativas aos modelos vigentes e que proporcionam subalternidade. Precisamos, de forma interativa realizar algumas alternâncias e apostas em novas práticas teórico-metodológicas na busca e no fortalecimento de nossas identidades. Diálogos Iniciais O mundo gira uma roda com várias possibilidades. Nesse contexto, existem as políticas mercadológicas em que reinam as desigualdades, a exclusão social, educacional e cultural. Podemos olhar o mundo por vários prismas – o das classes dominantes ou dominadas. Nosso olhar, por opção ideológica e orgânica, é olhar pelo prisma das classes dominadas, é em defesa dos subalternos sociais. Uma das possibilidades de nossa intervenção é a busca e construção do conhecimento, a valorização das nossas culturas, o entendimento de nossas identidades, de nosso pluralismo cultural e a luta por uma educação que problematize e se solidarize com os interesses da grande maioria da população. Nesse sentido, a educação popular tem sido uma aliada na luta pela superação das desigualdades por parte das classes subalternas. Não nos referimos aqui ao conceito de popular como sinônimo de povo, mas sim como visão filosófica de mundo que
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Mestre em Educação. Doutorando em Educação/UFPB. Membro do Grupo EXTELAR/PPGE/CE/UFPB. prioriza as demandas da maioria, com metodologia própria para as