Tendência Liberal Não existe educação neutra, porque a instituição escolar se compromete no jogo de forças de poder que caracteriza a política de cada época. A Escola Liberal refere-se á educação proposta pelo liberalismo, teoria política e econômica do capitalismo burguês. A burguesia surge ainda durante a Idade Média, a partir dos seguimentos comerciantes e artesãos, o capitalismo se caracteriza pela abolição da servidão, preferindo a mão-de-obra assalariada que, a partir do século XVII, se aglomera nas fábricas das cidades e faz deslocar o eixo da economia do campo para a cidade. A exigência de não-intervenção do Estado se estende também ao poder da Igreja, muito forte durante a Idade Média. Os principais teóricos do liberalismo econômico foram Adam Smith e David Ricardo, no século XVII. No período que vai do século XVII ao XIX, o liberalismo político teve como representante Locke, Montesquieu, Kant, Humboldt, Stuart Mill e Tocqueville. Um novo modo de pensar surge das mudanças levadas a efeito pelo liberalismo nos campos econômico, político e social. Esses novos princípios ficam claros na filosofia do inglês John Locke (1.632-1.704), que, á semelhança de outros filósofos de seu tempo, desenvolve uma teoria contratualista para explicar a origem do poder de forma racional e laica. Locke, parte da analise dos “direitos naturais do individuo”, para a cuja garantia estabelece um pacto que da origem ao Estado, a concepção de mundo subjacente á teoria liberal valoriza: o individualismo, a liberdade vista como liberdade individual, a propriedade, a igualdade, entendida como igualdade civil e a segurança. A educação liberal reflete os ideais do homem burguês, anteriormente analisados, enfatizando o individualismo e o espírito de liberdade. Em face da existência de um antagonismo de interesses no seio da sociedade liberal, também a educação se torna um bem reservado á elite, no final do século XIX, a escola não democrática tem persistido na sociedade liberal