Docência feminina uma missão natural
Por Fernanda Corrêa
Pensar na predominante numero de mulheres que exercem a docência, e ir buscar entre as mulheres professoras o sentido que elas mesmas dão ao seu trabalho. É interessante refletir sobre as questões de gênero, trabalho e docência. Segundo DURKHEIM o mesmo atribui à divisão do trabalho a função de criar solidariedade social. Ao tentar explicar o surgimento e a evolução das primeiras formas de vida em sociedade através da solidariedade social, o autor dá o exemplo da divisão sexual do trabalho, dizendo que são justamente as diferenças entre homens e mulheres a causa de sua ligação, ligação esta que tornou possível a existência das primeiras formas de vida em sociedade (DURKHEIM, 1978). É normal a qualquer sociedade a divisão de tarefas para o homem e para a mulher. Por muito tempo isso foi visto como algo natural, ou seja, as mulheres exerceriam tarefas de acordo com a natureza feminina e os homens segundo a essência masculina. Esta diferenciação cultural pode ser vista tanto entre sociedades diferentes, quanto na mesma sociedade em variados tempos históricos diferentes e/ou entre diferentes grupos sociais. Enquanto na nossa sociedade se atribui a tarefa do cuidado das crianças às mulheres em decorrência do “instinto materno”. Ver o trabalho docente como feminino, implica considerar a dinâmica cultural da sociedade. Nas sociedades contemporâneas a divisão sexual do trabalho é mais um fator entre outros que devem ser considerados para o entendimento do mundo social. Em importante estudo sobre o trabalho docente APPLE (1995) afirma ser necessário pensar o magistério simultaneamente a partir das variáveis gênero, classe e raça. Poderia pensar, que as relações de gênero influem na organização das relações