O que pensam professoras de educação infantil sobre a feminização da profissão docente?
FEMINIZAÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE?
ZIBETTI, Marli Lúcia Tonatto – GEPPEA / UNIR – marlizibetti@yahoo.com.br
GT: Gênero, Sexualidade e Educação / n.23
Agência Financiadora: CNPq
Introdução
Este trabalho discute alguns aspectos de uma pesquisa em andamento que tem por objetivo investigar as implicações da condição feminina para o exercício da docência em três redes municipais de ensino no estado de Rondônia. Ao analisar as condições de trabalho das professoras que atuam nas redes municipais, a pesquisa pretende conhecer como estas profissionais, trabalhando em condições precárias, em escolas de difícil acesso, com jornadas de trabalho exaustivas, em sua maioria cursando ensino superior, conciliam as diferentes demandas do trabalho profissional, doméstico e atribuições familiares.
Neste texto, apresentamos e discutimos as concepções das professoras participantes da pesquisa sobre a predominância de mulheres no magistério. As opiniões das professoras entrevistadas nos permitem problematizar as concepções destas profissionais sobre a feminização da carreira docente em educação infantil, evidenciando como o discurso de que as mulheres possuem habilidades inerentes ao trabalho com crianças pequenas, está presente entre as próprias educadoras, embora não seja um discurso hegemônico, pois algumas delas questionam a discriminação e os estereótipos que desvalorizam o trabalho em creches e pré-escolas.
É importante considerar que, mesmo as pesquisas sobre o magistério, ao tentar explicar a feminização da profissão, defendem perspectivas diferentes. Algumas apresentam as mulheres-professoras como personagens que se fixaram na condição
“natural” de esposa e mãe e, portanto, fazendo opção pelo magistério como a oportunidade de conciliar estes papéis. Outras, entretanto, questionam essa
“passividade” das mulheres-professoras, por entender que o magistério configurou-se como uma possibilidade de