Do morro ao asfalto
O funk foi formado por uma mistura de hip hop – que faz parte da “Cultura Black” estadunidense que é consumido principalmente no gueto por uma sociedade mais humilde querendo se expressar – e com a nossa cultura africana que é o samba, o umbanda e o candomblé.
A letra do funk está ligada do que as pessoas vivem diariamente em sua comunidade. Nas letras são tratados diversos assuntos como a marginalização, a pobreza, o racismo, mas também são abordados assuntos como amor e sensualidade.
Os jovens que produzem funk estão em busca de sua identidade cultural ou fazem isso por diversão e trabalho.
Na década de 90, o funk era um pouco diferente era divulgado pela TV e casas de show, também conhecido como “rap-funk”, com ritmo “volt-mix”, com grandes letras. Desde o começo do século XXI até os dias de hoje o funk predominante é um funk mais repetitivo, com um único ritmo: o “Tamborzão”
Também foi alterada um pouco da letra, abordando mais o lado sexual.
“Quer que eu pegue o violão e vá falar “Alvorada lá no morro que beleza”? Não! Você está falando da poesia de Cartola, de Noel? (...) Só essa galera que é poesia pra você? Porque eu coloco MC Dolores, Cidinho e Doca como os atuais poetas da favelas. São sim e me incluo nessa também” MC Leonardo
MC Leonardo diz que hoje na favela não existem muitos sambistas, mas sim funkeiros, como se fosse a nova identidade cultural, que representam o que os jovens vêem na favela.
O Rio de Janeiro é visto em dois pólos: “o lado de cá”, que seria a verdadeira identidade cultural carioca: as praias, os monumentos, o samba e carnaval e “o lado de lá”, representando a favela e seus sujeitos perigosos.
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