direiro penal
O livro Antimanual de Criminologia, do autor Salo de Carvalho, apresenta uma opção analítica às instituições de ensino brasileiras. A obra é decorrência de diferentes enfoques que possibilitam algumas aberturas ao cerrado pensamento dogmático que constitui o universo jurídico.
Além disso, projeta a construção de uma reflexão criminológica como campo de saber crítico, espaço de fala e de escuta no qual deságuam inúmeros discursos denunciadores da inadequada interferência das agências de punitividade no controle dos desvios, cujo resultado é a reprodução das violências.
Assim, procura encontrar algumas saídas para redirecionar o atuar dos atores da dogmática jurídico-penal (direito penal e processual penal), da criminologia e da política criminal, objetivando a redução de imensos danos produzidos por tais agências, sobretudo nos países latino-americanos.
A finalidade desta obra é prover subsídios para que os corpos docente e discente raciocinem os problemas criminológicos sob uma visão criminológica. Vê-se, com clareza, a preocupação do autor em oferecer possibilidades e alternativas "à crise das ciências criminais", por meio de uma nova forma "de pensar e realizar criminologia".
Para tanto, Salo de Carvalho tenta evidenciar como a construção do atual Sistema Penal, científica e institucionalmente, gerou o avesso do seu objetivo, isto é, potencializou a violência e a barbárie, quando deveria dissipá-las.
Isto porque, a fragmentação das disciplinas obstaculizou a compreensão global dos saberes criminais, fator que gerou no atuar cotidiano dos operadores do direito – e dos demais atores que participam da investigação do fenômeno criminal – incapacidade de compreensão das violências inerentes ao sistema penal e de criação de instrumentos para minimizá-las.
O livro Antimanual de Criminologia, diversamente da simplificação da linguagem e dos problemas, como propõem os tradicionais livros de Direito Penal, de Direito