Desmaterialização na arte
‘’ O que é e como se manifesta o conceito de desmaterialização na arte e arquitetura contemporânea?’’
Essa questão se esclarece quando entendemos uma mudança de abordagem feita pelos arquitetos contemporâneos, dizendo que o conceito da desmaterialização na arte se deve ao deslocamento do âmbito dos objetos para o âmbito das relações, ou seja, deixam de ver a arquitetura como a edificação pura e simples (o objeto em sua materialidade) e passam a abordá-la como o conjunto de interações que acontece entre os habitantes, mediado pela edificação.
Na verdade, se olharmos desde o seu surgimento e as suas mais antigas manifestações, assistimos a uma crescente desmaterialização da arquitetura: das pirâmides egípcias que eram pura massa às catedrais góticas permeadas de luz. Essa evolução, de fato, mostra um distanciamento cada vez maior do caráter objetual da arquitetura e a ênfase sobre aquilo que parece ser o fundamento da arquitetura, o seu caráter de vazio que articula eticamente as pessoas. Os artistas começam a pensar em três aspectos fundamentais para a criação, a estética, o mercado e o discurso. A estética proporciona um ambiente mais agradável de estar, bonito e com sensação de vazio, ocasionada pelos grandes vãos. Eles começam a pensar também no mercado de trabalho visando dinheiro, e o discurso serve para convencer que sua obra é viável, explicando-a e mostrando seu sentido.
Um grande exemplo é a arquitetura de Mies que se tornou somente estrutura e membrana externa ou, como ele mesmo falava uma arquitetura de “pele e osso”. A perfeição técnica dos detalhes viria apenas a apoiar este sentimento de vazio do espaço, que deveria ser preenchido pela vida. Os projetos de Mies são, às vezes, completamente ideais, somente espaço, como seus arranha-céus de vidro.
Conclusão:
• Desmaterialização é a conseqüência na busca da essência na arquitetura.
• O corpo não é mais o elemento que descobre a