Fichamento do livro arte: resistências e rupturas: ensaios de arte pós-clássica. de cristina costa
“Talvez a sociologia da arte seja em si mesma um paradoxo – a tentativa de compatibilizar uma teoria científica e um modelo racional de análise da realidade com o universo da sensibilidade e da linguagem, no qual outros parâmetros da relação do homem com o mundo estão em jogo” (p. 09).
“Muitos paradoxos envolvem esse momento de transformação radical da atividade artística, pondo em xeque a liberdade do artista, o seu direito autoral, a originalidade e até a identificação do valor da obra de arte” (p. 10).
“Mas esse elemento, em vez de permitir certa materialidade, expunha de forma quase trágica a heterogeneidade de nossas culturas submetidas à globalização, esse processo de febril desmaterialização de nossas identidades particulares” (p. 12).
“Uma desmitificação multiforme perpassava o conjunto das obras, transmitindo uma sensação de desconforto, de não-permanência e de fluidez. Quando algum objeto parecia sólido e em lugar adequado, o público se perguntava se faria parte da exposição ou, ao contrário, das instalações do prédio” (p. 12-13).
“[...] revela justamente – assim como a desmaterialização dos mitos modernos a que fizemos referência – que a arte, como sempre, é capaz de revelar de maneira espantosamente fiel os conflitos e as contradições de seu tempo” (p. 13)
“As obras trazem a marca do seu tempo – sua permanente atualização, sua fixação no presente, sua desmaterialização diante de qualquer esforço de preservação e memória” (p. 14)
“Assim é que a revolução está em andamento e o mundo moderno desmaterializa-se aos nossos olhos, com visível expressão na arte e na produção cultural de nosso tempo” (p. 15)
“[...] essa civilização moderna ou clássica, que parece dar sinais evidentes de decadência, constitui um conjunto de instituições, de relações e de valores tipicamente burgueses e europeus. Trata-se, na