Desencantamento do mundo
De acordo com Weber:
A menos que seja um físico, quem anda num bonde não tem ideia de como o carro se movimenta. E não precisa saber. Basta-lhe poder contar com o comportamento do bonde e orientar a sua conduta de acordo com essa expectativa; mas nada sabe sobre o que é necessário para produzir o bonde ou para movimentá-lo. O selvagem tem um conhecimento incomparavelmente maior sobre as suas ferramentas. (...) A crescente intelectualização e racionalização não indicam, portanto, um conhecimento maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa mais alguma coisa, ou seja, o conhecimento ou a crença em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse conhecimento a qualquer momento. Significa principalmente, portanto, que não há forças misteriosas, incalculáveis, mas que podemos, em princípio, dominar todas as coisas pelo cálculo. Isto significa que o mundo foi desencantado. Já não precisamos recorrer aos meios mágicos para dominar ou implorar aos espíritos. (...) Os meios técnicos e os cálculos realizam o serviço. Isto, acima de tudo, é o que significa a intelectualização.
Weber diz que a menos que uma pessoa seja um físico ou estudioso, ela não precisa conhecer todo o processo de funcionamento de um objeto, apenas precisa contar com a garantia de que irá funcionar. Como Galliano também cita em Introdução à Sociologia “(...) é possível apreciar e conviver com a televisão cotidianamente, mas nada saber sobre sua técnica (...)”.
Cita o selvagem, que tem conhecimento geral sobre como se dá o processo de produção, além de ter várias habilidades para outras funções, como caça, pesca, proteção simultaneamente. Já o homem moderno está em contato com apenas parte da produção, ou quando na utilização do produto, só entra em contato com sua funcionalidade, não tem conhecimento da sua produção.
Por certo tempo o mundo foi dominado por crenças e divindades onde as pessoas as tinham como se fossem um direcionamento para suas vidas,