Desencantamento do mundo

Segundo as religiões, o mundo em que vivemos é transitório, não tem sentido em si mesmo. Somente a referência ao “outro mundo" é capaz de conferir à existência mundana seu verdadeiro significado como parte de uma totalidade. Nos tempos modernos, o progresso irrefreável da ciência não cessa de explicar mesmo os fenômenos naturais até então inexplicáveis. Assim ao refletir sobre o avanço da racionalização e os limites da razão humana, e portanto os limites de fazer ciência,Weber desenvolve o conceito de desencantamento do mundo, com o objetivo de compreender os rumos tomados pelo desenvolvimento do capitalismo moderno.
A reflexão sobre o desencantamento do mundo não é meramente um estudo sobre religões, e sim, um estudo de um conceito de entendimento da sociedade ocidental, e de maneira mais específica da modernidade. O mundo pré-moderno estava envolto em uma espécie de manto sagrado, com tradições e dogmas religiosos que moldavam as condutas individuais e sociais. Assim neste sentido, seria um mundo encantado.
Mais com o desenvolvimento tecnólogico e cientifíco e com o exacerbamento da lógica capitalista o antigo manto deu lugar a uma "gaiola" de ferro, em que seria a racionalidae em que passou a dominar o mundo moderno, e este sim é o mundo desencantado.O termo desencantamento do mundo tem dois sentidos. O primeiro deles é o sentido religioso de desencantar o mundo através da religião, e o segundo diz respeito ao fato de que a ciência não consegue dar sentido ao todo do mundo, e sim a cada parte de maneira causal, portanto tira o sentido do mundo como um todo, e explicações que apresentam causas dos fenomenos que ocorrem.
Enfim, a preocupação central da vida intelectual de Weber foi a compreensão da sociedade moderna, seu ‘espírito’ e o peculiar processo de racionalização que a gerou. Baseado no referencial teórico weberiano é possível concluir que o ‘desencantamento do mundo’ inspira no homem a sensação de domínio sobre tudo ao estabelecer o princípio de