Desafios de educação em moçambique
Narciso Matos | João Mosca
INTRODUÇÃO E SITUAÇÃO ACTUAL
Após a independência nacional, e sobretudo depois dos primeiros anos da década dos anos 90, o ensino superior expandiu-se em número de alunos e instituições em todo o território nacional, embora inicialmente com alguma concentração em Maputo. A formação pós-graduada teve uma evolução semelhante, primeiro no exterior e mais recentemente com mestrados e alguns doutoramentos em Moçambique, a maioria com parcerias de instituições de ensino superior estrangeiras. O mercado interno de técnicos, pelo menos em algumas áreas científicas, parece aparentemente coberto, pois existem graduados sem emprego ou com ocupações não correspondentes com as áreas e níveis de formação recebidos. Por outro lado, não existem dúvidas de que as instituições não alcançaram patamares de eficiência que as tornem competitivas em economias e mercados crescentemente abertos. Os serviços aos cidadãos (educação, saúde, transportes públicos, comunicações, segurança social, etc.) fornecidos pelo Estado e sector privado são também de baixa qualidade. Estes aparentes equilíbrios de mercado sem alterações substantivas de eficiência reflectem simultaneamente o grau de exigência, organização e complexidade da maioria das instituições moçambicanas e, por outro lado, as dificuldades dos técnicos transformarem as instituições, o que não significa linearmente deficiente preparação dos graduados. Pode significar, entre outros aspectos, resistência e escassos recursos para a criação e aplicação de inovações, mecanismos e sistemas de reprodução de poderes instalados, incompetências das hierarquias e dependências de trajectórias passadas. Mas também existe a percepção da baixa qualidade dos formandos. Preparação técnica fraca, o que significa insuficiências no saber, dificuldades no saber fazer e lacunas na cultura do saber estar com dignidade. Técnicos competentes, com atitudes competitivas de trabalho, espírito profissional e