desafio do pluralismo
Faustino Teixeira
PPCIR/UFJF – ISER/Assessoria
INTRODUÇÃO
O pluralismo religioso aparece neste início de século como um dos desafios mais fundamentais para a teologia. Trata-se de um novo paradígma que vem convocar a teologia a retomar de forma viva a sua dimensão hermenêutica1. A consciência singular do pluralismo religioso provoca um “novo modo de fazer teologia”, agora contextualizado numa realidade marcada pela dinâmica inter-religiosa. A teologia das religiões passa a ser compreendida como uma “teologia hermenêutica inter-religiosa”2. Na raiz desta teologia do pluralismo religioso3 está a prática do diálogo inter-religioso. Trata-se de uma teologia que busca responder e interpretar, no plano de uma elaboração teórica, a realidade religiosa plural circundante. Mas como se sabe, não existe uma teologia universal do pluralismo religioso, pois toda reflexão teológica implica uma adesão de fé particular. O caminho aqui proposto insere-se no horizonte da reflexão teológica cristã, mas sempre aberto à perspectiva global mais ampla. Na medida em que tal reflexão vem animada permanentemente pelo espírito dialogal, ela implica uma verdadeira simpatia e empatia pelo universo da alteridade. O exercício de uma teologia cristã do pluralismo religioso exige uma dinâmica de acolhida da diferença, o que pressupõe a consciência viva da contingência e da vulnerabilidade. O grande desafio do diálogo inter-religioso está em reconhecer sem restrição alguma o caráter irredutível e irrevogável do outro interlocutor, com o qual se instaura a busca de um conhecimento mútuo e de um recíproco enriquecimento. Ao situar-se sob o signo do pluralismo religioso, a nova reflexão teológica vem desafiada a ultrapassar uma concepção que se restringe ao reconhecimento do pluralismo de fato e avançar para a compreensão de um pluralismo de princípio. Nesta última direção, a teologia passa a reconhecer e afirmar