Currículo Teoria e Pratica

Aula: 01
Temática: Primeiras discussões: Enfim, como nos referir a esses estudos?
Em nossa primeira aula, optei por iniciar nossas reflexões a partir de algumas análises, por meio de um diálogo aberto sobre o que poderíamos chamar teoria e/ou discurso relacionados aos estudos sobre o currículo.
As teorizações, acerca do currículo, parecem ter sido apenas discursos parciais, pois tem faltado uma ordem com o propósito de analisar uma realidade global para transformar os problemas por elas destacados, as teorizações, em geral, têm apenas demonstrado que elas são, apenas, representações e, por isso mesmo, não possuem a pretensão de transformar a realidade, mas, constatarem, que ela existe.
O discurso teórico sobre o que é o currículo, leva-nos a refletir sobre os conceitos de teoria e de discurso. Para alguns autores a noção de teoria, em geral, está implícita, a suposição de que esta “descobre” o “real”, de tal forma que, na conceituação de teoria, o currículo já existiria antes, apenas estaria esperando para ser descoberto, descrito e explicado.
Para uma abordagem mais ampla e próxima da realidade que é o que nos interessa, no momento, preferi optar por utilizar a noção de discurso, pois esta amplia a noção de teoria, geralmente utilizada, um discurso sobre currículo, mesmo que pretenda apenas descrevê-lo, acaba por criar algo novo, quando isso ocorre acaba por descobrir algo, que antes não existia.
Trabalhar com a noção de discurso e não com a noção de teoria foi a nossa opção quando se toma por base a utilização da perspectiva do pós-estruturalismo, predominante, hoje, na análise social e cultural, pois entendemos ser esta a melhor forma de compreender as teorizações existentes sobre currículo. Na utilização da noção de discurso a partir da perspectiva acima citada, não precisamos ficar restritos à noção tradicional de teoria, que fala de como deve ser a realidade. Na noção de discurso, o currículo se torna aquilo que o discurso diz que ele