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VIVER A TESE É PRECISO! REFLEXÕES SOBRE AS AVENTURAS E DESVENTURAS DA VIDA ACADÊMICA
Maria Ester de Freitas Professora e Pesquisadora do Departamento de Administração Geral e Recursos Humanos da FGV-EAESP. E-mail: mfreitas@fgvsp.br
SOMOS TODOS IGUAIS NESSA TESE... Viver uma tese é uma arte! Por que alguém faz uma tese? A resposta mais óbvia é a de que você escolheu um curso em que ela é uma exigência. Se você quer o tí-
promoção na carreira acadêmica. É verdade que ele é isso também, porém, se reduzido a isso, você pagará um preço mais caro do que talvez esteja disposto e há aí o risco de desistir no meio do caminho. Considerando que a carreira acadêmica é mais que dar aulas, é necessário que você tenha clara a
É
NECESSÁRIO QUE VOCÊ TENHA
CLARA A DIFERENÇA ENTRE DESENVOLVER UMA CARREIRA OU APENAS TER UM EMPREGO COMO PROFESSOR. tulo e os potenciais benefícios que ele proporcionará, não tem alternativa, terá que fazê-la! Muitas vezes, o título é visto apenas como um requisito burocrático para ingresso ou diferença entre desenvolver uma carreira ou apenas ter um emprego como professor. Você pode ter um emprego como professor e exercê-lo bem, mas, se a escolha
for de profissão, e não de mero emprego, o trabalho acadêmico vai, necessariamente, incluir a pesquisa, a investigação, a ousadia e o risco de não apenas repetir as idéias de outros, mas também desenvolver as suas próprias e, posteriormente, ajudar na construção das de seus alunos. Dessa opção decorrem outras e outras, nem sempre fáceis. Estou firmemente convencida de que a natureza do trabalho acadêmico determina boa parte das situações que vivemos na época da tese e as exigências emocionais que se nos apresentam. Ela é um projeto especial, sem demérito aos demais, que mobiliza todas as forças do sujeito, pois trata-se de uma tarefa anti-social e excludente, desestabilizadora de certezas intelectuais, comportamentais e emocionais, desenvolvida em longo prazo.
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RAE - Revista