Criminalidade sob perspectiva de Lombroso e Durkheim
O tema criminalidade nunca esteve tão em voga no Brasil. A sensação de insegurança no país não é sem fundamento. Somos, de fato, um dos países mais violentos da América Latina. A ação de organizações criminosas no estado de São Paulo, a eterna luta entre policiais e traficantes de drogas no Rio de Janeiro, a corrupção no seio da política nacional, estão fazendo com que o tema da criminalidade se torne cada vez mais recorrente no ambiente acadêmico, na mídia, e até em conversas com amigos e familiares. O gráfico I, obtido através de dados de O Globo, mostra o índice de homicídios no Brasil em cada região em comparação com 2000 e 2010.
Em uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada com dados de 1997, o Brasil ficou com o preocupante terceiro lugar entre os países com as maiores taxas de assassinatos por habitante. Na quantidade de roubos, estamos em quinto colocado. A situação seria ainda pior se fossem comparados os números isolados de algumas cidades e regiões metropolitanas, onde há o dobro de crimes da média nacional. São Paulo, por exemplo, já ultrapassou alguns notórios campeões da desordem, como a capital da Colômbia, Bogotá.
Se formos analisar a história do Brasil como nação, tal fato pode até ter uma justificativa. Segundo Cesare Lombroso, um dos pioneiros no estudo de “frenologia”, seria capaz determinar caráter, características da personalidade e grau de criminalidade de um indivíduo através de suas aparências físicas, (imagem ao lado). De fato, hoje, quando pensamos em um criminoso, logo concebemos a ideia, mesmo que um pouco racista, de um homem possivelmente negro e de baixa renda social. Esse fato, infelizmente, está ligado à herança colonial que nós, brasileiros, possuímos até hoje. Segundo o sociólogo Rogério Baptistini Mendes, professor da Fesp-SP, a sociedade brasileira foi constituída em três séculos de colonização e quatro de escravidão. Isso gerou uma estrutura