Crimes do colarinho branco

A história brasileira aponta inúmeros exemplos de crimes cometidos por pessoas de alta respeitabilidade dentro da sociedade. São crimes cometidos por pessoas de status elevado que não se encaixam no “padrão” de criminosos e que muitas vezes enriqueceram às custas do patrimônio público. O termo “crimes do colarinho branco” surgiu em 1939, durante um discurso dado por Edwin Sutherland em sua posse na presidência da Sociedade de Sociologia Americana, para tratar de tais crimes que na maior parte dos casos não chegam ao conhecimento dos meios formais de controle nem da sociedade de maneira geral. Esses crimes representam condutas que, via de regra, não são denunciadas ao sistema formal de controle ou não são por ele recebidas. Desse modo, não figuram nas estatísticas oficiais da criminalidade.
Apesar de existir discussões acerca do que qualifica um crime do colarinho branco, o termo compreende os crimes sem violência cometidos em sua maioria, em situações comerciais para ganho financeiro, onde o sujeito ativo vale-se de sua posição e status junto à sociedade, desfalcando os cofres públicos.
Rodrigo Strini Franco explica que

o que se verifica atualmente é que as classes menos favorecidas sócio-economicamente é que acabam sendo atingidas pela malha do sistema penal; e os chamados criminosos do colarinho branco apenas aplaudem e assistem de camarote o massacre dos excluídos socialmente, posto que não são atingidos pelo sistema.

Howard Becker afirma que “ os crimes cometidos pelas sociedades são quase sempre processados como casos civis, mas o mesmo crime cometido por um indivíduo com prestígio social é normalmente tratado como uma ofensa criminal".
A criminalidade do White Collar Crime tem-se mostrado natural frente a não aplicabilidade de punição, vez que o desvio de conduta é cometido por agente qualificado, que usando de sua privilegiada posição social, decorrente também da favorecida posição econômica, trai a confiança