Cotas Raciais
REPRESENTATIVIDADE É A RELAÇÃO ENTRE UM GRUPO, SEU PODER POLÍTICO E SUA IMAGEM PÚBLICA NA SOCIEDADE EM QUE PERTENCE.
REPRESENTATIVIDADE DOS NEGROS
O SISTEMA DE COTAS RACIAIS
As cotas raciais entraram em vigor no Brasil em 2002 através da aprovação da “Lei de Cotas” e, desde então, formou-se um debate em toda a sociedade brasileira que já era travado há muito tempo pelo movimento negro. De um lado, a elite brasileira alega que a criação de vagas especiais para pessoas negras e pardas configura um racismo do Estado brasileiro, por acreditar que, ao ceder essas vagas, o Estado estaria alegando que “negros são inferiores, menos capazes, menos inteligentes”, etc. Do outro lado, as mais representativas unidades do Movimento Negro nacional defendem não só a aplicação da Lei de Cotas, mas sua expansão progressiva nas universidades do país. Esse artigo tem como objetivo principal investigar a situação do negro no Brasil, em especial no mercado de trabalho e nas universidades, e com isso traçar uma argumentação racional que objetive esse debate.
Para tal, se faz necessário voltar ao passado, na formação do Brasil, para que se esclareça a progressão histórica dos negros no país e com isso se elucide a situação atual na qual estão submetidos milhões de negros e negras. Portugal trouxe para o Brasil aproximadamente 4,5 milhões de escravos vindos da África, uma soma que chega perto da metade do número de escravos trazidos para todo o resto do continente americano. Os africanos trazidos ao Brasil vieram pra substituir o trabalho que originalmente foi imposto aos nativos indígenas, mas que para os colonizadores “não eram aptos” ao trabalho forçado. A escravidão só termina com a Lei Áurea, em 1888 – 388 anos após o “descobrimento” do Brasil. Isso significa que, durante a maior parte da história brasileira, os negros estavam submetidos à escravidão. Não só isso é verdade, como é importante lembrar que, ao contrário