Cooperação e regimes internacionais de keohane
Por Renato Brandão Welter
No quarto capítulo de sua obra After Hegemony: Cooperation and Discord in the World Political Economy, Keohane aborda os temas cooperação e regimes internaiconais, sobre os quais falaremos a seguir. Segundo o autor, a hegemonia é o principal meio para se estabelecer a ordem no sistema internacional. Porém, ao contrário dos realistas clássicos, diz que, mesmo havendo uma potência hegemônica, há, simultaneamente, um certo grau de cooperação entre os Estados e que isso, inclusive, ajuda na manutenção da hegemonia e da ordem. A título de exemplo, ele cita a hegemonia norte-americana após a Segunda Guerra Mundial, mas que atualmente, perdeu força devido ao grande crescimento de países como os europeus e o Japão, o que levou o sistema a uma cooperação “pós-hegemônica”. No texto, o autor diz que a coordenação internacional da política é altamente benéfica numa economia mundial interdependente, mas essa cooperação, de fato, é muito difícil. Para que houvesse cooperação, seria necessário se fazer valer a premissa liberalista de que os mercados se auto-regulam e obtêm bons resultados automaticamente, pois, na ausência de cooperação, os Estados interviriam unilateralmente em suas economias de modo a tirar o melhor proveito possível para si. Para Keohane, a cooperação não-hegemônica é muito difícil de se realizar, mas não impossível, podendo ser facilitada através da criação de regimes. Interesses comuns são condições chaves para que a cooperação emerja através de regimes, o que não significa que eles sejam criados facilmente e nem que os regimes criados até agora foram criados assim. É mais difícil criar um regime do que mantê-lo. O autor faz uma distinção entre cooperação e harmonia. Harmonia se refere a uma situação em que a política dos atores – que perseguem seus interesses sem levar em conta os dos outros – automaticamente facilita a consecução dos objetivos de outros. Já “a