Convergências e divergências com a proposta freudiana
. O pensamento kleiniano sobre sociedade e cultura.
Freud conceitua a transferência como o processo por meio dos quais certas relações e acontecimentos do passado, junto com seus componentes afetivos, são repetidos (ou reeditados) na relação com o analista, sob a influência do princípio da compulsão à repetição. Melanie Klein (1952) afirma que"minha concepção de transferência como algo enraizado nos estágios iniciais do desenvolvimento e nas camadas mais profundas do inconsciente é muito mais ampla, envolvendo uma técnica através da qual, a partir da totalidade do material apresentado, são deduzidos os elementos inconscientes da transferência. Por exemplo, relatos de pacientes sobre suas vidas, relações e atividades cotidianas não só nos oferecem uma compreensão do funcionamento do ego, mas revelam igualmente as defesas contra a ansiedade suscitadas na situação de transferência, caso exploremos seu conteúdo inconsciente.
Melanie Klein concordou com Sigmund Freud que a agressão e a libido são os dois instintos básicos. Ela também concordou com Freud que o instinto agressivo é uma extensão do instinto de morte e a libido uma extensão do instinto de vida. Klein divergiu de Freud na suposição de que o ego existe ao nascimento. Ela acreditava que o instinto de morte é traduzido após o nascimento em sadismo oral, o qual, projetado para fora, dá lugar às fantasias de um seio mau, destrutivo, devorador. Tanto agressão como libido são expressas desde o nascimento em diante por fantasias inconscientes. Klein diferenciou inveja, ganância e ciúme como manifestações do instinto agressivo. Inveja é o sentimento raivoso de que alguém mais tem e desfruta de algo desejável; a resposta invejosa é tomar isso ou estragá-lo.