Controle Panóptico no Big Brother Brasil
XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005
Controle Panóptico no Big Brother Brasil: uma estratégia de Marketing de
Relacionamento. 1
Dirceu Tavares de Carvalho Lima Filho2
Gabriela Bezerra Lima3
“No Big Brother Brasil dos Estados Unidos só ganha quem joga. Aqui as pessoas querem que só os bonzinhos ganhem. Na próxima edição, devem estar só padre e freira”. Tati Rio, integrante do BBB 5, criticando o voto popular para a eliminação dos concorrentes. Veja, ano 38, n. 14.
Resumo
O programa do gênero reality show, Big Brother Brasil (BBB) da Rede Globo, atingiu a quinta edição com recordes de audiência, possibilitando analisar a transformação de “espectadores” em “usuários” por meios interativos como a telefonia e a Internet através dos modelos de CRM ou Marketing Relacionamento. Este artigo analisa como a Rede Globo através do BBB ordena um processo cognitivo que ensina a introjetar na subjetividade do telespectador-usuário os valores do conceito do
“panóptico invertido” típico da pós-modernidade definido por Foucault (2003) e
Deleuze (1994). Que estrutura relacionamentos virtuais regidos pelos valores que
Gilberto Freyre (1954) associava à ideologia dos jesuítas e dos franciscanos na formação do povo brasileiro, sub-classificados por sua vez pelas identidades dos arquétipos de personalidade de Mark e Pearson (2001).
Palavras-chaves: Publicidade; humor; controle; panóptico; globalização.
Introdução
O programa Big Brother Brasil (BBB), da Rede Globo, chegou à sua quinta edição mantendo o êxito de audiência acima de 30 milhões de espectadores. Tornou-se um fenômeno de formação da opinião pública entre os torcedores cidadãos comuns e críticos especializados que julgam os critérios de identidade dos vencedores pertencentes a “minorias marginalizadas”. No BBB podemos observar que os participantes que são punidos ou