Os Mil Olhos do Cinema Vigilante
XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Ouro Preto - MG – 28 a 30/06/2012
Os Mil Olhos do Cinema Vigilante1
Bruno Laviola2
João Barreto da Fonseca3
Universidade Federal de São João del-Rei, São João del-Rei, MG
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo relacionar os dispositivos de vigilância com o cinema na pós-modernidade. A abordagem tem como foco o período a partir dos anos 1990, em que se dá início à descentralização e massificação de sua produção. Os exemplos aqui contidos se atentam especialmente ao poder e ao espetáculo, contextualizando suas respectivas configurações na sociedade do controle.
PALAVRAS-CHAVE: vigilância; cinema; pós-modernidade; espetáculo; poder.
Introdução
Os dispositivos de vigilância estão amplamente espalhados. O indivíduo pós-moderno é um alvo diário; para isto, basta a exposição. Há um bombardeio crescente de imagens.
Além de alvo, pode-se ser também um produtor: qualquer um pode ter uma câmera, uma filmadora, um gravador. Uma sociedade modificada se reflete nesta afluência, já que “os dispositivos de vigilância não são exteriores à dinâmica sócio-cultural contemporânea, mas lhe são imanentes. Não são, pois, maquinações de forças externas de dominação, mas intrínsecos ao processo de modernização e suas práticas de gestão racional das instituições, da produção, do governo, da saúde, da segurança dos estados e das populações etc” (BRUNO, 2006, pág. 1).
Os dispositivos apresentam novas contingências – e, junto a elas, preocupações. As discussões ganham espaço nos mais variados meios e mídias. O cinema surge, então, como importante ferramenta, seja crítica ou expositora, das transformações. Serão analisados aqui alguns longas-metragens que exemplificam o momento em que se
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Trabalho apresentado no DT 1 – Jornalismo do XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, realizado de 28 a