Sexualidade da mulher no Brasil
Para as meninas, tudo se era negado. As tímidas e recatadas eram as preferidas da sociedade, já as atrevidas e salientes viviam sendo beliscadas por suas mães incansáveis mães. Viviam num ambiente rigoroso e tirano com seus pais e ainda meninas eram entregues a seus maridos, que podiam ter idades entre quarenta e setenta anos.
Num casamento assim, os problemas logo apareciam. As chamadas escravas enredeiras infernizavam a vida das jovens sinhás, o autor relata que muitas inventavam falsas histórias de namoros por inveja ou vingança.
Crimes horrendos eram cometidos por motivos banais e sem provas, por pais, mães e maridos com o consentimento da justiça. Segundo Freire:
“Dª Verônica Dias Leite mandou matar a filha, pois uma escrava disse tê-la visto por um tempo na janela” ou ainda: Antonio de Oliveira Leitão viu tremular no fundo do quintal um lenço que a filha havia colocado para secar ao sol e deduziu que era uma senha para algum namorado a lhe manchar a honra de pai e estaqueou a filha”.
O autor ressalta que as senhoras do Império eram fogosas e faziam loucuras para saciar seus amores.
Diversos são os relatos de viajantes estrangeiros interpelados nas ruas em plena luz do dia por escravas, que a mando de suas senhoras, propunham um interlúdio romântico com os cavalheiros.
Segundo Freire, os viajantes Frezier e Froger expressaram a seguinte opinião em relação as senhoras na Bahia: “ muito enclausuradas, só saindo de casa para ir a igreja; mas quase todas libertinas, sempre procurando maneiras de enganar seus maridos”.
Mas elas eram extremamente vigiadas por olhos maldosos de frades, escravos vigilantes e o pior de tudo: suas sogras, e para por em prática uma aventura amorosa, devia ser muito discreta e contar com escravas leais.
Mrs. Graham durante uma festa no Rio de