Conto Psicológico

Aquele Aniversário ( Conto Psicológico)
Ai! Ainda me lembro do meu aniversario de seis anos. Aquele bolo enorme, com desenhos do Mickey e todos os meus amigos e familiares! Aquele aniversário...
Infelizmente ele me fez lembrar a comemoração do ano passado. Na semana anterior à comemoração, quando estava preparando os convites, percebi que minha avó estava estranha. Pálida, olhos cansados, movimentos vagarosos, só ficava sentada, com expressão triste e sombria. Senti pena dela. Perguntei o que estava sentindo e me disse que não sabia. Fui ao médico com ela e ele disse que não havia nada de errado com minha avó.
No outro dia, minha preocupação falando gritando no meu ouvido; pedi ao meu pai que a levasse em um especialista em viroses. Quando fez os exames, estes diagnosticaram que ela estava com leishmaniose. Entrei em pânico. Fomos à farmácia, procuramos médicos, alguns especialistas e todos me disseram a mesma coisa: “Existe um remédio, muito caro, mas é um eficaz tratamento.” E me disse o nome (não vou dizer porque o nome era enorme, complicado e eu não me lembro muito bem como se fala). Comprei o remédio. Caríssimo.
Eu me perguntava por que, naquele aniversário, tinha de acontecer uma ciosa como essa. Fiquei arrasado, pois depois de três dias de tratamento, não vi nenhuma melhora em minha avó. Senti raiva. Estava perplexo, atônito e começando a ficar louco.
Minha avó era uma beata, muito ativa. Me senti pior quando soube que faltara em dois encontros da pastoral.
Felizmente, na véspera da festa, vi-a muito melhor: pulando, cantando e cozinhando. Fiquei alegre. Boquiaberto. Encantado.
No dia da festa, ela era a pessoa mais animada. Me senti bem (e com raiva, porque ela foi o centro das atenções durante a semana, e não eu!) pois sabia que a tinha ajudado. Aproveitei a festa, só que, mais importante, eu reconheci: havia salvado a vida de minha avó!
Guilherme Braga Brangioni