Conto Psicológico

"Estorvo"

Estou eu aqui, sem ninguém ao meu redor, sem ninguém pra me impedir, tenho que fazer isso, é “a solução”. Mas e eles? Iria deixa-los? Mas eles estão tão ocultos em minha vida que agora nem me lembro os seus nomes... Pensando assim, eu acho, que também estou oculto nas suas vidas, mas isso agora não importa, ou melhor, nada importa. Sabe, só agora lembro de minha vida, minha infância, agora tão distante e sofrida, não lembro muito mas o que lembro já me faz querer esquecer, mas qual foi a importância disso?Nada nunca importou. Passa um carro, quase tropeço de susto, estava frio mas tinha que terminar com isso. Mas como? Se a cada arrepio que sinto quando o vento congelante me toca, eu me lembro de tudo que lutei para construir o que tenho. E agora? Acabar com tudo assim? Batalhei tanto pelos meus objetivos e terminar assim, com tudo para os outros. Esses que justamente quando eu mais preciso somem. É como pai diria: "Antônio, a vida é injusta". Mas não vou pensar nisso agora, nada irá mudar, nada vai importar. Percebo o quanto todos os meus objetivos eram enfeitados com ilusões do meu ego e agora no fim de tudo ainda estou pensando em mim. Sou insensível. Mas estou aqui porque não vejo mais beleza nessa vida, motivos para sorrir, acordo todas as manhãs, e ao olhar para o Sol pela janela de madeira importada no meu quarto, vou trabalhar e lá percebo o quanto o ser humano é fútil, egoísta e miserável. Pois enquanto existe milhões de pessoas sofrendo todos os dias de trabalhar, outras estão vivendo sua vidinha limitada pelos prazeres, pensando somente nas suas próprias vaidades, ambições. O que não faz sentido para mim é a vaidade do ser humano, que está presente em todas as suas atitudes, e principalmente pela ambição que é a força que impulsiona o homem para satisfazer o seu ego, suas vaidades são tão involuíveis, anti gratificantes e insuportáveis. Mas acredito que nessa ilusão de mundo perfeito, existe na verdade uma escuridão criada, e eu