Conservadorismo
1.Os fundamentos da herança conservadora
A compreensão dada pelas repostas pelos Assistentes sociais às novas determinações da “questão social” no capitalismo monopolista implica a retomada de algumas marcas de origem da profissão, marcas que subsistem hoje, redefinidas e que conferem certos laços peculiares ao exercício desses profissionais. É preciso, em primeiro lugar, situar essas marcas de origem no bojo do reformismo conservador; e, em segundo lugar, acentuar como essa prática e sua justificação teórico-ideológica muda de forma, preservando, no entanto, seus compromissos sociopolíticos com o conservadorismo, no decorrer da evolução do Serviço Social.
Como profissão inscrita na divisão do trabalho, o Serviço Social surge como parte de um movimento social mais amplo, de bases confessionais, articulado à necessidade de formação doutrinária e social do laicoto, para uma presença mais ativa da Igreja Católica no “mundo temporal”, nos inícios da década de 30, Na tentativa de recuperar áreas de influencia e privilégios perdidos, em face da crescente secularização da sociedade e das tensões presentes nas relações ente a Igreja e o estado.
Para a igreja, “questão social”, antes de ser econômico-politica, é uma questão moral e religiosa. A sociedade é tida como um todo unificado, através de conexões orgânicas existentes entre seus elementos, que se sedimentam pelas tradições, dogmas e princípios morais de que a igreja é depositária. Deus é a fonte de toda a judtiça, e apenas uma sociedade baseada nos princípios cristãos pode realizar a justiça social. A intervenção do Estado na “questão social” é legítima, já que este deve ao bem comum. O Estado deve assim preservar e regular a propriedade privada, impor limites legais aos excessos da exploração da força de trabalho e, ainda, tutelar os direitos de cada um, especialmente dos que necessitam de amparo.