Conceito Anarquia Internacional
460 palavras
2 páginas
Wight (2002) define o cenário internacional como uma anarquia: uma diversidade de potências sem governo. Ele aponta a causa fundamental de ocorrência de guerras, como sendo essa ausência de um governo internacional, ou seja, a anarquia dos Estados soberanos (exemplo utilizado por Hobbes para sustentar seu argumento sobre a condição natural do homem ser a de “guerra de todos contra todos”). Afirma que, a característica que difere a política internacional da política comum, é a anarquia. O que acontece é que, na política doméstica, a luta pelo poder ocorre nos moldes das leis e instituições; e na política internacional, as leis e instituições são guiadas e governadas pelablutatpeloupoder. A anarquia internacional, na prática, é refreada e até mesmo, sistematizada, por dois tipos opostos de interesses comuns (cada qual exerce pressão para o seu lado); sendo o primeiro, o interesse comum que todas as potências possuem em sua liberdade, e o segundo, o tipo de interesse comum representado pelas sucessivas potências dominantes. Sendo soberanos, os Estados vivem no estado de anarquia, e em último caso, dependem de si mesmos para sobreviver. Wight (2002) vai utilizar a visão de Hobbes da condição natural do homem - onde há um cenário de desconfiança mútua- para relacionar o contexto da anarquia internacional com o estado de natureza hobbesiano (onde há o predomínio do medo e da insegurança). Entretanto, além de criticar algumas colocações de Hobbes, Bull (2002) vai citar a questão (que é um tema persistente nos modernos debates sobre as relações internacionais) que: devido à anarquia internacional os Estados não poderiam formar uma sociedade, pois isso só viria a ocorrer se eles estivessem sobre uma autoridade em comum. Mas, esse argumento é considerado fraco por Bull (2002), que o contesta: primeiro porque, o sistema internacional moderno não se assemelha ao estado de natureza hobessiano; segundo, porque ele é baseado na falsa premissa das condições da ordem entre