Schutz e Luhmann e a Construção Social da Realidade
Para que um assunto possa se tornar notícia, aquele deve ser “noticiável”, ou seja, deverá seguir os padrões da sociedade. O jornalista deve escolher sobre o que irá tratar seguindo uma norma, ele terá que seguir diversas prescrições, aprendidas por este através de sua própria experiência e por meio das interações sociais.
A comunidade jornalística deve estar em sintonia com o grupo social em que está inserida e o relato jornalístico deverá mostrar o que está de acordo com a evidência, para que tal relato seja digno de ser transformado em notícia.
Para Luhmann, a sociedade é pura comunicação e toda a comunicação é sociedade, sendo esta, então, o universo de todas as comunicações possíveis. Ele entende os meios de comunicação de massa todos como dispositivos sociais que servem para propagar comunicação.
O sistema dos mass media tem a função de selecionar o que pode ou não ser publicável, filtrando o que se pode considerar digno ou não de ser trabalhado como informação. Para Luhmann, neste sistema, não é possível utilizar o conceito de manipulação em razão de a informação emitida pelos media ser uma construção de uma única e universal realidade.
De acordo com Shutz, no mundo, não existe apenas uma realidade, mas múltiplas. Para ele, as evidências existem, mas estas sempre supõem uma estranheza. Por essa razão, Schutz faz três análises sobre a estranheza:
Em seu primeiro nívelde análise, ele fala a respeito da nossa percepção imediata do mundo. Ele diz que a realidade do mundo da vida exige do indivíduo a explicação da experiência deste, interrompendo então o curso da cadeia da auto-evidência.
Em seu segundo nível de entendimento, Schutz propõe que os agentes percebem o mundo como uma multiciplidade de realidades., que, assim como ocorreria em “mundos paralelos/vida após a morte”, a consciência de um agente lê o universo de uma forma que implica transitar entre estados particulares da