Comportamento organizacional
Por Florestan Fernandes
(1980, editora Ática)
Página 62
[Isolamento dos intelectuais nos Estados Unidos]
Afirma Lasch: “O intelectual crítico está condenado ao fracasso: ele não encontra resposta e apoio em um movimento socialista forte e organizado, com suporte nas classes trabalhadoras e nas organizações sindicais.”
O dilema é mais complexo.
A sociedade de classes sob o capitalismo monopolista madura movimenta seu aparato repressivo em dupla direção: 1º neutralizar a “oposição contra a ordem” e 2º desmantelar a “oposição contra a ordem”.
O “isolamento dos intelectuais” não é um produto espontâneo da sociedade de massas – e da fragmentação que nela impera no funcionamento das instituições intelectuais ou na pulverização dos papéis dos intelectuais. Ele é o produto deliberado de uma política cultural que dimensiona o radicalismo intelectual e o condena a gravitar sobre si mesmo, como um “radicalismo abstrato” e, portanto, vazio.”
[Embate: sociologia crítica X sociologia profissional.]
O radicalismo intelectual inerente à chamada “sociologia crítica” não constitui uma ameaça ao establishment.
Página 63
[Sociólogos profissionais ditam o rumo da ciência]
“Na esfera da transformação política, mantidas as presentes condições, os sociólogos que não forem “profissionais” estão condenados à esterilização sistemática. Eles não podem ser absorvidos como ‘intelectuais orgânicos da ordem’.” (...) “e sua produção não repercute, naturalmente, sobre as linhas de trabalho e de florescimento da ‘sociologia profissional’; e sua influência propriamente crítica não logra repercussão eficaz ao nível dos movimentos políticos”
“Na prática, não podem competir equitativamente com os representantes da sociologia profissional, que monopolizam a direção do desenvolvimento da sociologia ‘como ciência’”.
Página 64
[A nova sociologia da ordem]
Discussão sobre Wright Mills e Gouldner.