AUGE E DECLINIO DO COMPLEXO CAFEEIRO O ciclo do café foi o primeiro capaz de promover a acumulação de capitais necessária para que a economia brasileira desse o salto preciso para um desenvolvimento econômico. Veremos a seguir como se deu este processo e quais foram os diferenciais desse ciclo que proporcionaram tal avanço. Podemos, primeiramente, indicar que na economia cafeeira os custos monetários são menores que nos ciclos anteriores, ou seja, o custo para manter a produção era menor e a produção era mais rentável. Além disso, começou um grande uso extensivo de terras, único fator de produção abundante do Brasil na época, que previamente à era do café, era usado de forma ociosa no Sudeste. Assim, se deu uma produção com intensivo uso de terras e baixo investimento monetário. Logo, se constitui uma nova elite brasileira que, diferentemente das elites dos ciclos anteriores, dominavam estes processos. Como Furtado aponta, essa nova elite formada, apesar de ainda ser exportadora, foi efetivamente capaz de adquirir terras, recrutar da mão-de-obra, organizar e direcionar a produção, transporte interno, comercialização nos portos, contatos oficiais e grande interferência na política financeira e econômica. Dessa forma, houve uma maior integração que, posteriormente, beneficiaria muito os produtores de café. Observada a formação de uma elite mais dominante, é necessária a análise da escassez de mão-de-obra com o crescimento da área de plantio. Mesmo com uma população antes ociosa, que agora trabalhava nas plantações, ainda não havia um número de trabalhadores suficientes. Tal fato se deu devido a inviabilidade da mão-de-obra escrava, que além de ter sua população reduzida por conta de condições de vida extremamente precárias, e também começara a sofrer barreiras internacionais, principalmente por parte da Inglaterra, para diminuir o mercado de trafego negreiro. Assim, a solução encontrada dos produtores de café, juntamente com o governo federal, foi incentivar