Clistenes e o estabelecimento da democracia
“ Como todas as cidades helênicas, Atenas passou na sua história por várias formas de governo. Foi monarquia, foi aristocracia e, por volta de 509 a.C., tornou-se uma democracia. É essa data a da implantação das reformas de Clístenes, que é considerado o fundador da democracia ateniense”.
“(...) Pelo que sabemos de Platão, a democracia era um regime político entre outros, como o eram a timocracia, a oligarquia e a tirania. Noutros termos, em todos esses regimes, o ideal grego de ‘excelência’ seria praticamente o mesmo, de modo que toda a coletividade participava dele, de uma ou de outra maneira. Ora, para uma cidade ser melhor do que a outra, não bastava que seu rei tivesse mais recursos ou sua aristocracia mais tradições. Seria preciso que todos os seus demoi produzissem mais e melhor do que as outras. O que se disse pode ser ilustrado com as reformas de Clístenes, o criador da democracia ateniense (508-509). Ele diminuiu bastante o poder das antigas famílias aristocráticas, tradicionalmente divididas em quatro tribos. Suas leis são de admirável inspiração ‘racionalista’ e o fato de elas terem sido ‘implantadas’ dá a medida do espírito de ‘excelência’ de que falamos, aquele espírito de otimização e rivalidade que faz a cidade como um todo procurar aquilo que é melhor para si” (grifo nosso).
Para outros autores, no entanto, não teria Clístenes verdadeiramente criado a democracia ateniense. Teria, isto sim, oferecido as condições que iriam permitir o nascimento da democracia, ao tornar todos os cidadãos iguais perante a lei , “uma lei que, daí por diante, seria a expressão da