Democracia ateniense
Consolidação da Assembléia
Logo após a libertação de Atenas pelos espartanos, o político dominante passou a ser o aristocrata Iságoras, que quis voltar no tempo desfazendo as mudanças ocorridas no período da tirania; para isso, tentou expulsar os estrangeiros que se haviam insinuado no quadro de cidadãos.Seu principal oponente era o Alemeônida Clístenes, mas em 508 Iságoras foi eleitos arkhóm epónymos para levar adiante seus intentos.A trama dos eventos que se seguiram é razoavelmente bem esclarecida por Heródoto e pela Constituição dos atenienses, embora não coincidam em todo os pontos. Fica claro, porém, que Iságoras pode ter sido destituído do cargo por Clístenes, que “chamara em sua ajuda o povo comum” sob o grito de batalha de isonomia e direitos iguais.
Iságoras revidou jogando o trunfo espartano,convidando Cleômenes a voltar e restaurar a situação. O rei espartano veio com 700 homens e invocou a velha “maldição dos Alemeônidas” para obrigar Clistenes a deixar a Ática. Iságoras e Cleômenes,então, tentaram abolir o conselho soloniano dos Quatrocentos, provavelmente para neutralizarem a assembleia, mas os atenienses se enfureceram e sitiaram os espartanos e Iságoras na Acrópole.
Depois da execução de Iságoras, Clístenes pode então retornar e dar inicio a um conjunto de reformas que podem ter levado muitos anos para serem traçadas e implementadas.
Sua reorganização da constituição ateniense exigia um conhecimento geográfico muito preciso da Ática e de sua estrutura social, para poder remodelar os distritos eleitorais com vistas a executar seus objetivos fundamentais. A Ática foi então dividida em 10 tribos; cada tribo,por sua vez, era composta por três distritos: uma dentro e nas cercanias da cidade; as outras duas nas áreas rurais, que podiam ser próximas mas costumavam ficar a uma certa distancia. Cada trítia, por sua vez, era composta por um ou mais dêmoi, normalmente as aldeias preexistentes da zona rural da