Clima Organizacional
DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS
Mutações no mundo do trabalho
Altamiro Borges *
O chamado mundo do trabalho tem passado por profundas transformações nas últimas três décadas. Além dos efeitos destrutivos e regressivos da crise estrutural do capitalismo e dos estragos do neoliberalismo - causadores de desemprego massivo, informalidade, precarização e corrosão dos salários -, também está em curso uma terceira revolução tecno-científica que produz abalos nas próprias unidades de trabalho. A introdução da microeletrônica, no acelerado processo de reestruturação produtiva do capital, gera enormes polêmicas. Indaga-se sobre os seus reflexos no trabalho e sobre o próprio futuro do proletariado.
Alguns afirmam que essa nova fase da automação "libertará o homem" e resultará em progresso para toda a humanidade. Outros argumentam que as novas tecnologias, sob domínio do capital, servem para elevar ainda mais a concentração de riquezas e resultam em enormes prejuízos para os trabalhadores. Decifrar esse enigma é uma tarefa urgente. Os três artigos a seguir procuram apontar algumas pistas. Seu objetivo é contribuir para o debate sobre o novo perfil do proletariado e sobre o papel dessa classe na superação do sistema capitalista - antes que ele conduza toda a humanidade à desagregação e à barbárie!
REVOLUÇÃO INFORMACIONAL A automação não é fenômeno novo no capitalismo. Existe praticamente desde seu nascimento, a partir da superação do trabalho artesanal, do parcelamento das tarefas na fase manufatureira e da introdução das máquinas. O que há de diferente na fase atual são os meios usados para automatizar a produção. Até uma fase recente, eram usados somente os recursos provenientes da mecânica e da eletricidade. A partir dos anos 60, a informática foi incorporada no processo de trabalho. Por isso é que alguns batizam a fase atual de "revolução informacional" se diz que a novidade é a introdução e a difusão da microeletrônica. Os avanços