A Internet como recurso pedagógico
O saber, destotalizado, flutua (Lèvy, 166)
É muito comum ouvirmos que os alunos gostam da Internet porque ela é moderna e faz parte do seu mundo. E quem diz isso tem razão. De fato, a Internet faz parte do nosso mundo, que inclui alunos, professores, pais de alunos, funcionários da escola e a sociedade em geral. Mesmo assim, vale a pena refletirmos sobre por que ela é tão atraente, tão útil para a escola. Afinal, outras tecnologias, como telefones celulares, por exemplo, também são modernas e fazem parte do nosso mundo, mas ainda não mostraram tamanha utilidade para a educação.
O que existe de especial na Internet é que ela é composta por um conjunto de hipertextos, isto é, documentos dinâmicos, abertos, repletos de links que remetem a um corpus praticamente infinito de outros hipertextos, textos, imagens e sons. Segundo Ramal (2000), “a conexão simultânea dos atores da comunicação a uma mesma rede traz uma relação totalmente nova com os conceitos de contexto, espaço e temporalidade” e “implica em novas formas de ler, escrever, pensar e aprender”. Vamos ver como isso acontece do ponto de vista de um aluno?
A concretização do direito de escolha
O estudante que navega pela Internet precisa criar uma relação de autonomia perante o conhecimento. Bons sites remetem a uma quantidade infinita de material sobre determinado assunto, e cabe ao próprio aluno selecionar o que quer estudar, ler, ver ou ouvir. Não há alternativa. Ele não pode se satisfazer com o que o professor ensina ou com o texto que este ou o editor do livro didático selecionou. Qualquer possibilidade de atitude passiva diante do conhecimento tem de ficar para trás. Com o hipertexto repleto de links para escolher, ele tem de participar “da redação do texto que lê” (Lévy, 1999).
Como não lhe resta alternativa, ao interagir com um hipertexto, o aluno assume uma postura de “quero ver o que há aqui”. Ele acaba percorrendo materiais que lhe interessam