Classe raça e acesso ao Ensino Superior no Brasil
Rafael Guerreiro Osório
O artigo busca quantificar as desigualdades de acesso ao ensino superiro segundo classe e raça. Tem como fonte de dados o PNAD de 2006, realizado pelo IBGE. Considerada a população de 18 a 24 anos com ensino médio completo.
Classe: Não existe consenso na literatura sobre o conceito de classe. Comummente, o que diferencia os pobres, a classe média e os ricos é a renda média. No artigo é considerada a renda per capita.
Raça: Definição igualmente controversa. Para o artigo, foram definidos dois grupos: um pelas pessoas declaradas brancas ou amarelas (termo branco) e outro formado pelas pessoas declaradas pretas, pardas ou indígenas (termo negro).
Dados:
Embora não exista uma associação forte entre ser jovem de 18 a 24 anos e pertencer a uma determinada classe, existe uma associação forte entre a classe de origem e a conclusão do ensino médio.
Diferença considerável na porcentagem de jovens de cada grupo com ensino médio completo. A diferença entre essas porcentagens diminui à medida que se sobe na pirâmide social, mas não desaparece. Portanto, a chance de encontrar um jovem negro com ensino médio era menor do que a de encontrar um jovem branco com o ensino médio em todas as classes.
Existe uma associação forte entre raça e ter completado o ensino médio. Existe associação entre classe, raça e ter completado o ensino médio.
Considerando que 28,1% dos jovens de 18 a 24 anos com ensino médio completo frequentavam um curso superior, se não houvesse desigualdades de classe e/ou raça no acesso ao ensino superior, era de se esperar que essa proporção se repetisse em todos os grupos. No entanto, nas média e na alta a proporção era maior que 28,1%. Igualmente, a taxa dos brancos eram sempre superiores às dos negros.
Mais da metade dos jovens frequentando nível superior era da classe média. Há mais jovens de classe baixa do que de classe alta frequentando o nível superior. Contudo, isso