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COR E RAÇA: SELETIVIDADE NAS CARREIRAS UNIVERSITÁRIAS NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
Bárbara T. Sepúlveda Barros1
Luci Helena Martins2

Introdução
Este estudo teve como objetivo identificar a participação de brancos e negros3 no contexto da Universidade Estadual de Montes Claros, a UNIMONTES, especialmente no que se refere a uma diferenciação quanto ao prestígio das carreiras acessadas. Contou-se, para tanto, com uma pesquisa realizada a partir de dados secundários, disponibilizados pelo Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira- INEP- através do Censo da Educação Superior, referente ao ano de 2010. Foi-nos possibilitado, dessa forma, apreender a realidade dos diferentes grupos de cor/raça no interior dessa universidade, em que os resultados alcançados evidenciam uma participação desigual, com pretos e pardos seguindo presentes, majoritariamente, nas áreas menos prestigiadas, enquanto que brancos são maioria naquelas mais valorizadas.
Tal distribuição revela um padrão de seleção e hierarquização no interior dessa instituição, que se encontra afinado com a estrutura social do país, onde negros tem ocupado historicamente as piores colocações.
O trabalho procura contribuir para a compreensão das desigualdades verificadas na sociedade brasileira, notadamente quanto à realidade apresentada pelos segmentos branco e negro na UNIMONTES, e na região em que se encontra inserida. Vem somar-se aos estudos realizados quanto à participação dos grupos de cor/raça nas carreiras universitárias pelo Brasil, demonstrando que no acesso ao ensino superior a desvantagem pode não estar restrita a uma sub-representação geral, o que sugere uma análise mais criteriosa a fim de se possibilitar a adoção de medidas mais efetivas na área da educação.

 A Educação Superior no Brasil
As desigualdades verificadas na educação, tais como as apresentadas entre os grupos de cor/raça no Brasil, refletem-se, conforme destacara Bourdieu (1989, p. 5), nas oportunidades de acesso