CIDADE ANTIGA
Para tanto, inicialmente, convém elucidar a concepção de religião e religiosidade presente entre as famílias gregas e romanas.
A religião antiga era constituída por diversas crenças, dentre as quais: o culto à morte merece o maior destaque. A morte foi a primeira idéia acerca do sobrenatural e fez o homem confiar no que não via, inserindo-o no mundo dos mistérios e assim, estabelecendo uma idéia primitiva de religião, considerando o morto como um Deus e seu túmulo um templo.
Os antigos acreditavam que a morte era uma transformação da vida. Aliás, acreditavam que a alma permanecia perto dos homens e continuava na Terra mesmo após a morte. De outro modo, o céu era a recompensa aos grandes homens e benfeitores. Porém, “não bastava que o corpo fosse confiado à terra. Era preciso ainda obedecer a alguns ritos tradicionais e pronunciar determinadas fórmulas, porque do contrário as almas torna-se-iam errantes, não repousariam nos túmulos, como inscrevia-se no epitáfio.” [1]
Essa religião se desenvolvia nas casas e não em templos como conhecemos hoje, e, o culto era puramente doméstico. Ademais, na religião antiga cada deus só poderia ser adorado por uma única linhagem.
A união da família antiga ocorreu graças à religião doméstica e aos ancestrais, especialmente, por causa do culto aos manes (almas dos mortos). Fato este que se desenvolveu através dos repastos fúnebres e libações que poderiam ser feitos pelas mulheres, mas, no entanto, as orações só poderiam ser realizadas pelo pater.
A adoração ao fogo sagrado era outra crença fortemente cultuada pelos antigos e era fundamental para a família, não havia lar sem o altar com fogo acesso permanentemente. Não obstante, a extinção do fogo sagrado significava a extinção da família inteira, bem como seu deus.
O parentesco existia se houvesse compartilhamento dos mesmos deuses, do fogo doméstico e do repasto fúnebre.