Choque de Culturas
Por Clifford C. Clarke e G. Douglas Lipp
Organizações multinacionais, com a intensificação da globalização, estão desenvolvendo métodos e modelos para resolver conflitos advindos da diversidade cultural dentro da corporação.
Uma gerente de vendas norte-americana, de uma grande empresa manufatureira japonesa nos EUA, ganhou uma encomenda multimilionária de um cliente norte-americano. A encomenda era para ser avaliada e expedida pelo escritório central da empresa em Tóquio. O cliente havia requisitado algumas mudanças no padrão normal do produto e um prazo de entrega específico.
Como a empresa nunca havia vendido para esse cliente, a gerente de vendas estava ansiosa para prestar um excelente atendimento, dentro do prazo de entrega exigido. Para assegurar uma resposta coordenada, ela organizou uma reunião para planejamento estratégico, com gerentes-chave das divisões que estavam envolvidos em processar a encomenda. Ela enviou uma cópia com a agenda do encontro para cada participante. Na reunião estavam a gerente de vendas, quatro outros norte-americanos, três gerentes japoneses, os diretores japoneses de finanças e de suporte ao cliente e o representante do escritório central em Tóquio. Os três gerentes japoneses viviam nos EUA há menos de dois anos.
A reunião seria composta por uma sessão de brainstorming (tempestade cerebral ou manifestação de ideias sem pré-censura) para discutir as estratégias para lidar com as exigências do cliente, uma discussão sobre administração do tempo e os próximos passos que cada gerente deveria dar. Os gerentes norte-americanos dominaram, participando ativamente da sessão de brainstorming e das discussões. Eles propuseram um cronograma e um plano de ação. Ao contrário, os japoneses falaram pouco, exceto quando conversavam entre eles mesmos, em japonês. Quando a gerente de vendas perguntou a opinião deles sobre o plano proposto pelos norte-americanos, dois gerentes japoneses disseram que precisavam de mais tempo