Choque de cultura
Fusões e aquisições de empresas no Brasil: Administrando o choque entre culturas organizacionais distintas.
Eduardo Peçanha Nunes Universidade Federal Fluminense eduardopn@gmail.com Fernando de Oliveira Vieira Universidade Federal Fluminense prof.fernandovieira@gmail.com
RESUMO O estudo propõe-se a verificar a influência da gestão do choque cultural para o resultado das operações de fusão e aquisição (F&A). Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, por meio da qual buscou-se, inicialmente, contextualizar as operações de fusão e aquisição no universo das diferentes combinações estratégicas. Em seguida, o trabalho discorreu acerca das principais razões para a compra das modalidades de fusão e aquisição, das etapas do processo, dos principais motivos de fracasso e dos fatores-chave de sucesso, nesse tipo de transação. Depois, concentrou-se no choque cultural. Foram adotados, predominantemente, os conceitos de cultura organizacional defendidos por SCHEIN e por HOSTEDE. Discutiram-se, ainda, as concepções em voga de modelos de integração cultural, os estágios do encontro das culturas e as medidas mais comumente utilizadas para a administração do fenômeno. Os resultados sugerem que a gestão do choque cultural influencia decisivamente o resultado das operações de fusão e aquisição. De modo positivo, se realizada consistentemente, ou negativa, se negligenciada.
Palavras-chave: fusão; aquisição; cultura organizacional; choque cultural.
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INTRODUÇÃO No Brasil, as operações de fusão e aquisição (F&A) foram impulsionadas a partir de mudanças na orientação estratégica da economia nacional. Segundo Rossetti (2001), entre as décadas de 1950 e 1980, com o objetivo de construir uma potência mundial auto-suficiente, a economia brasileira baseou-se em princípios nacionalistas, propósitos protecionistas, reservas de mercado, estatização e concessão de incentivos para a expansão do setor produtivo privado, fato este que postergou os ciclos de F&A. De acordo com o