Cheikh Anta Diop
Historiador e antropólogo senegalês que estudou as origens da raça humana e a cultura africana pré-colonial. Foi considerado um dos maiores historiadores africanos do século XX.
Nasceu a 29 de Dezembro de 1923 na região senegalesa de Diourbel. Em 1946 mudou-se para Paris para realizar estudos superiores de Matemática, com a ideia de ser engenheiro aeronáutico. Ao mesmo tempo, matriculou-se na Faculdade de Filosofia e Letras da Sorbonne e participou na criação da Associação de Estudantes Africanos em Paris.
Em 1947 iniciou as suas investigações linguísticas sobre o wolof e o sérère. Ao concluir os seus estudos de Filosofia, começou a estudar Física, sob a direcção de Frederic Joliot-Curie, genro de Marie Curie, chegando a traduzir parte da Teoria da Relatividade de Einstein para o seu idioma nativo, o wolof.
Em 1951 a Universidade de Paris recusou a sua tese de doutoramento sobre a ideia de que o antigo Egipto tinha sido uma cultura negra. Diop não se deu por vencido e durante os seguintes nove anos acrescentou provas mais concretas ao seu trabalho. Em 1955, a tese tinha sido publicada na imprensa popular como um livro intitulado Nations nègre et culture ('Nações negras e cultura'). Esta obra convertê-lo-ia no historiador mais controverso do seu tempo.
Em 1960 teve êxito na defesa da sua tese e obteve o doutoramento. Além disso, durante esse ano publicou Les fondements economiques et culturels d'un Etat federal d’Afrique Noire ('Os fundamentos económicos e culturais de um Estado federal da África Negra').
Diop regressou ao Senegal, onde continuou a escrever e a investigar. A Universidade de Dakar criou um laboratório de radiocarbono para ajudar na sua investigação. O historiador usou essa técnica para determinar o conteúdo de melanina das múmias egípcias. Investigadores forenses adoptaram mais tarde a sua técnica para determinar a "identidade racial" de vítimas gravemente lesadas por abrasão.
Nesta época começou a sua actividade política,