existencia de uma filosofia africana
Temos presente este trabalho que é fruto de uma leitura minuciosa de ricas páginas que me serviram de fonte para o conhecimento do Pensamento Africano, sua relação com outros pensamentos e importância que tem para o nosso continente.
O corpo deste trabalho está recheiado do pensamento filosófico de dois grandes pensadores africanos: Claude Sumner e Cheikh Anta Diop.
No primeiro artigo do pensamento, o autor, considera Etiópia uma terra rica de expressões filosóficas e lugar onde nasceu o pensamento moderno. No conteúdo deste artigo figuram dois pensadores de mundos culturais diferentes que desempenharam um papel proeminente para o evoluir do pensamento moderno: Descartes, um Ocidental e Zar'a Ya'aqob africano, Etíope. Portanto, veremos no conteúdo do trabalho, que ambos tiveram um papel revolucionário. Descartes com a sua dúvida metódica, encontra duas realidades: res cogitans e res extensa. Encontra a verdade através da mediação da razão. Zar'a Ya'aqob, também mediante a aplicação do seu método, encontrou o princípio básico: a bondade da Natureza criada. Mais tarde descreve isso na "Ordem da criação" ou "As leis da Natureza". Segue as linhas da teodiceia, da ética e da psicologia.
Deste modo, vê-se que o método de Descartes é radical e linear; do mesmo modo a filosofia de Zar'a Ya'aqob, aparece à partida radical fora do tradicional pensamento Etíope, especialmente no concernente à revelação, a vida monástica e jejum.
No segundo artigo (de Diop), encontraremos que, de facto, existe uma Filosofia Africana. Esta visão ser-nos-á dada pelo pensamento Egípcio do qual trataremos no segundo capítulo. Efectivamente, o conteúdo deste pensamento friza que em alguns níveis de pensamentos que se atribuem aos gregos ou ocidentais tiveram seu início e incremento no Egípto, país africano do Norte de África. Esta transposição de pensamento africano para Grécia ou para o Ocidente, pode-se ver nos campos de aritmética, de geografia, da gramática e da medicina.