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PARA O ENSINO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
Adilbênia Freire Machado*
Resumo: O texto traz uma teia que tem como centro a Filosofia Africana; para se chegar a esse centro, no intento de trazer contribuições e perspectivas outras para “descolonizar olhares” e implicando perspectivas para o ensino das relações étnico-raciais, três conceitos fundamentais serão trabalhados: ancestralidade, encantamento e alteridade. Sabe-se que a filosofia, por séculos, fora usada como meio de colonização, justificando as barbáries cometidas em nome de uma “civilização”, usurpando conhecimentos, inferiorizando os latinoamericanos e, principalmente, os negros africanos. Descolonizar a filosofia implica seu ressignificar, em que a filosofia aparece a serviço da ética e o indivíduo é o bem maior. Esse ressignificar implica valorizar o que somos, re-conhecer / desejar o Outro e ir ao alcance da alteridade. Não é possível uma filosofia sem cultura, sem oralidade, sem ancestralidade. A ancestralidade é a grande articuladora, tendo a ética como fundamental nessa articulação, é “a fonte de onde emergem os elementos fundamentais da tradição africana”. O encantamento é aquilo que dá condição de alguma coisa ter sentido de mudança política, de outras construções epistemológicas, é o sustentáculo, é o que desperta e impulsiona o agir, é o que dá sentido. É esse encantamento que nos qualifica no mundo, trazendo beleza ao pensar/fazer com qualidade, ao produzir conhecimento com/desde os sentidos. É desse olhar encantado, dessa ancestralidade encarnada, dessa alteridade desejada que se constroem filosofias que se realizam como descolonizadoras, como concebemos a filosofia africana.
Palavras-Chave: Filosofia Africana, Ancestralidade, Encantamento, Alteridade, Relações
Étnico-raciais.
1º Momento
O presente texto traz uma teia1 que tem como centro a Filosofia Africana. Para se chegar a esse centro, no intento de trazer contribuições e